Escalada móvel no Frey | Odiamos amar a Argentina | Rio Caminhadas.com.br

Escalada móvel no Frey | Odiamos amar a Argentina

12 Jan – Terça-feira

Amanheceu sem chuva ou neve, mas as ondas na laguna indicavam que seria mais um dia sem escalada. Ventava forte. Preparamos o café da manhã conversando com alguns escaladores do Paraná. Encontrei o Ingo, que conhecia meu amigo Jorginho lá de Quixadá. Aí o papo esticou um pouco, enquanto as lengas dançavam com o vento lá fora.

Entramos para o abrigo e repetimos a rotina do dia anterior, até que Mauro foi conhecer a Laguna Schmoll com Fábio, um carioca que encontramos por lá. Claudio e eu ficamos jogando mais algumas partidas de xadrez e saímos também para dar uma volta pela Toncek. Voltamos novamente para o abrigo. O vento continuava brincando com as lengas. Mauro assumiu o lugar do Claudio, fomos jogar. Claudio não se conformava que ninguém quisesse escalar, o céu estava azul. Falei que era pura enganação, ele não acreditou e convenceu Mauro a acompanhá-lo no que seria sua primeira escalada ali. Resolvi ir também, mas só para registrar as peripécias. Imaginei que renderia boas risadas. Rendeu! 🙂

Lembrei do Ceará

A visão do outro lado do vale

 

O objetivo era escalar o Diedro de Jim (5). Para começar fomos pela trilha errada. Geralmente uma trilha errada termina em uma via errada. Terminou! Mas até então ninguém sabia disso. Procura daqui, procura dali, olha um lado da parede, olha outro, olha para o guia, nenhuma certeza. Claudio subiu onde achava que seria a via, ele subindo, protegendo e eu subindo, filmando. Quando fui ver ele estava colocando a quarta peça, eu tinha subido de bota e estava acima da terceira, filmando 🙂 Ali não era o Diedro de Jim! Olhei pra baixo e fui conversar com o Mauro, que balançava de um lado para o outro, tremendo de frio. E eu rindo 🙂 Claudio continuou subindo, depois de uns 30 m resolveu parar. Mauro congelado até os ossos gritou dizendo que não subiria. Começou a cair alguns flocos de neve. E eu rindo 🙂 Claudio abandonou uma fita com mosquetão e rapelou, recolhendo as peças. Tivemos sorte e a corda não prendeu. Descemos, depois do Claudio, com a segurança do Mauro, conquistarem a via que batizei de Três Pinguins de Madagascar 🙂 A neve aumentou. Fomos cozinhar. Desde o primeiro dia a lei dizia: Claudney cozinha, Mauro e Claudio revezam e lavam a louça. Lei é lei.

“Conquistando”

O sol era só enganação

Levando o filho pra passear

Uma argentina fazendo suas obrigações

 

Nesse dia o banho foi à base de lenços umedecidos. Para completar, a pia do banheiro serviu para lavar o cabelo. Lá não há chuveiros. A noite continuou com mais vento, xadrez e conversas no abrigo até o sono chegar.

Pôr-do-sol às 22h

Vinho nosso de toda noite

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